Foto da web editada

Aprecio tua inteligência, todas elas; desde tua clareza mental a respeito do mundo, até a tua amplitude emocional. Assim, quando te sinto imerso em mim na lascívia que te pertence, pareço possuir um tesouro inestimável em minhas mãos. Conduzo minha voz mansa em teus ouvidos porque agradar-te é o mesmo que preservar este tesouro que possuo. Então teus olhos semicerrados confessam todos os teus desejos para mim. Amor… comigo serás sempre amado da forma que for mais agradável para ti. Diga-me o que queres, eu farei; nos nossos mais íntimos instantes, darei o que queres e como quiseres — e sei que almejas assim, teu cuidado guia toda a minha confiança.

Uma noite antes de ver-te naquele doze de setembro, conduzi meus sonhos — ou induzi — para antecipar o nosso fascinante encontro. Então vi-te num imenso campo de trigo, sim, trigo, não me indagues a razão; mas a cena era linda. O trigo, pelo sol, estava intensamente dourado e refletia nos teus olhos castanhos. Tua pele reluzia de maneira ímpar, talvez fosse o ápice da primavera onde o sol tem em sua composição uma melancolia própria que fulge quaisquer boas memórias. E tu sorrias, tal como fizeste na noite anterior enquanto te inundavas de mim, dentro do mim, na calidez que somente nós dois produzimos. Um sorriso viril de imensurável venustidade. Não sei ao certo como te amo, no entanto, é um amor que se expande n’uma perpétua eternidade.

O sonho não durou muito, após o teu belo sorriso, despertei com saudades; por sorte o veria no dia seguinte e, confesso-te, minha maior realização naquela noite, além da tua presença simplesmente, fora o beijo que deste em mim, aquele beijo em minha vulva, os grandes lábios na tua língua, produzindo sensações de êxtase singular. Beijaste por um longo tempo, envolvendo o pequeno botão da flor que orvalha por ti; e n’uma súbita explosão de prazer, segurei teus cabelos e forcei teu rosto contra minha íntima carne, minha pele, a tez mélea que tu devoras. Assim foi meu primeiro orgasmo, na tua boca — e sei que te lembras, sei que apreciaste, pois sorriste de tal maneira surreal em fascínio quando viu minhas forças exaurirem e todos os meus músculos relaxarem sobre nossa cama.

Não queria que teus negócios exigissem tanto da tua presença longe de mim; sustento-me te ouvindo ao telefone todas as noites — suporto pelas tulipas entregues em nosso lar toda a semana, mandadas por ti. E tudo porque te almejo mais pela saudade, um tipo de ausência que não consegue romper o nosso elo feito com a força de mil diamantes. E te escrever é sempre agradável, mesmo debaixo da solidão, perto dos livros, avistando o lago da janela. Volte apressado… quero mais um beijo, desta vez duplo; da tua boca em minha vulva, da minha boca em teu plenitúrgido sexo. Eu amo assim, deitada na cama, para ter-te na completude de minha garganta enquanto teu sêmen adentra-a e meu corpo convulsiona de tesão. Promete vir o mais rápido possível? Queria te enviar esta carta, quem sabe com notas de meu perfume esguichado pelas páginas — aquele de cerejeira que me deste — e enviar com ela uma foto provocativa tirada com a câmera instantânea; todavia, terá de ser mesmo um e-mail, somente dessa vez. Ando sob carências de um arrefecimento desconhecido, sem energia, apenas saudade e solidão.

Espero-te amor, sempre.
Com ternura, tua dulcífera ninfa.

 
 
 
 

Sugestões de leitura:

Sara Melissa de Azevedo

Diga-me, apreciaste esta obra? Conta-me nos comentários abaixo ou escreva-me, será fascinante poder saber mais detalhes da tua apreciação. Eu criei esta obra com profundo e inestimável amor, portanto, obrigada por valorizá-la com tua leitura atenta e inestimável. Meu nome é Sara Melissa de Azevedo. Sou Escritora, Poetisa e Sonurista. Formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial. Sou a Anfitriã dos projetos literários Castelo Drácula e Lasciven. Autora dos livros “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. SAIBA MAIS

Anterior
Anterior

Dulcífera Laura

Próximo
Próximo

Me(se)dusa