Me(se)dusa
Límpido rosto, cabelos ao vento:
Brava natura, serpentes à solta
Lembram seus cachos (de preto veneno),
Prendendo quem olha, pois impressiona
Sua beleza, de rara peçonha:
Olhar sem maldade, mas de desejos
Enchendo quem fica por muito tempo
De frente co’a imagem que ela disponha...
Fantástica face, qual semideusa
De muitos poderes sob suas presas,
Capaz de uma pedra o alvo tornar...
Bastando que a vejam, longo feitiço
Injetam seus olhos — enrijecidos
Tornam-se os membros, se muito a encarar…
Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023…
Sugestões de leitura:
Teu falo é vício meu | Teu gosto afrodisíaco | O cítrico fascínio | Na boca, o falo teu; | Tua língua vibra úmida | Na vulva que te anseia | Geme que enlouquece...
Se extinguia o negro úmido da noite e surgia um branco alvo da manhã, maroto no começo, as cortinas cruzando as sombras e as luzes em nosso quarto como...
Um passo além do profissionalismo… | Se num futuro próximo, de fato… | Querendo, enfim, saber se é possível, | Mal pude acreditar ao ler: “eu acho”...
Lhe sugiro um pacto | Intensamente vibrante | Na calada da noite | Apreciar-te, excitante | Tocar o céu da tua boca | Ser deusa, bacante suplicante | Na tua cama…
Escrevo, pois motivos não me faltam: | O que já vi cravou-se no meu íntimo…| Bastando me dizer que eles agradam, | Irei continuar fazendo isso…
Estavam os dois no corredor de frente para a porta do quarto de casal. O castiçal ainda estava no banheiro, lançando uma luz bruxuleante…
Nossos dedos se entrelaçam, gentilmente, como o começo da dança que seguirá por toda a noite. Te desejei por tanto tempo, e agora está aqui…
Aprecio tua inteligência, todas elas; desde tua clareza mental a respeito do mundo, até a tua amplitude emocional. Assim, quando te sinto imerso em mim…
Límpido rosto, cabelos ao vento: | Brava natura, serpentes à solta | Lembram seus cachos (de preto veneno), | Prendendo quem olha, pois impressiona…
Quisera ser pra mim… a rasteirinha, | Os dois pezinhos brancos… bem pintadas | As unhas delicadas, vermelhinhas… | Quisera assim pra mim, toda arrumada…
Imersa n’amplitude do teu ser | Mui raro é teu silêncio a me clamar | Felizes para sempre ou fenecer? | Ao torso do teu corpo irei valsar…
Ela estimula aquele fogo ardente | que torna boa a rocha consistente | sobre a qual ela doida se coloca. | Por cada veia que realça o gozo, | ela traça um…
Quase sempre a loucura se repete: | sob o grosso edredom ela se mete | a buscar seu prazer, secretamente. | Nada arrefece o seu tesão noturno...e encara, ousada…
Ela é toda poesia. Dessa poesia que me acorda à noite e me ocupa o pensamento. De uma poesia factível, palpável que me priva da palavra e me abandona…
Não fumo… não tolero o cheiro estranho | Que sinto evaporar dessas alcoólicas | Porções que multiplicam-se nos cantos… | Não sou de me abeirar sobre essa fossa…
Senti o frescor e o doce de seus lábios, próximos o bastante para transmitir o calor da pele. Seus olhos, poderosos e rubros, tal como uma taça de vinho tinto…
Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023, onde mostrou…
A dor vicia e adorna minha tez | Nas mãos de tua nascente, a violência... | Conduzes mais a fundo, embriaguez... | Na gris manhã te beijo em mi'a dolência...