Foto da web, editada

Senti o frescor e o doce de seus lábios, próximos o bastante para transmitir o calor da pele. Seus olhos, poderosos e rubros, tal como uma taça de vinho tinto. A face rosácea corava com facilidade quando eu buscava sua cintura. Tudo n’ela, sem exceção, era perfeito.

Cada curva, habilmente esculpida pelos próprios deuses, encorajava em mim o desejo. Seu corpo, sobre o meu, incidia volúpia e dominância.

Não seria eu, sua funesta vítima, a contrariar os anseios de uma criatura tão ávida em subjugar.

As mãos, pequenas e delicadas, pressionaram meus pulsos contra o chão, desafiando pomposamente o princípio intrínseco de que eu poderia facilmente me livrar de tal ataque. Poderia, mas jamais o faria.

O corpo, ora pequeno, em desafio, ora grande em devassidão, recaía sob o meu, nu. Minha mente naufragava numa espiral de possibilidades, anseios, sugestões… porém, nada faria jus à lascívia que o momento já entregava.

A pele clara ocasionalmente se avermelhava, pelas minhas mãos, desejosas em buscar e em possuir.

Implorei para que aquilo não tivesse fim; e não teve. Seguimos noite adentro, com somente um ao outro como testemunhas.

 
 
 
 

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Leonardo Garbossa

Leonardo Garbossa nasceu em São Paulo, em 1995. Desde jovem é um leitor apaixonado e grande fã das obras romancistas. Sentimentalista por natureza, iniciou sua vida acadêmica na área das ciências exatas, migrando em seguida para psicologia, que estuda atualmente. Teve a infância conturbada após perder o pai para o suicídio…

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